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Na República Velha, uma lógica paradoxal diferencia e, ao mesmo tempo, relaciona organicamente esses dois cenários — o da capital federal e o do interior —, à primeira vista, opostos pelo vértice: o cenário do progresso montado na cidade que, após o 15 de novembro, assume foros de capital federal, e o cenário do interior do país, onde a república recém-implantada, aparentemente muda apenas, no cotidiano, os selos que estampilham as cartas que o correio de quando em vez faz chegar, a bandeira nacional hasteada nas festas, as notas e moedas que pouco circulam e algumas das datas pátrias festejadas com fanfarras e bandeirolas. Aprofundar a relação entre esses dois cenários, sem deixar de perceber as diferenças entre a modorra da vida no interior e a vida vertiginosa do Rio de Janeiro, é premissa fundamental para o entendimento da história do primeiro período republicano no Brasil.
Margarida de Souza Neves. Os cenários da República. O Brasil na virada do
século XIX para o século XX. In: Jorge Ferreira e Lucília de Almeida Neves
Delgado. O Brasil republicano (I): o tempo do liberalismo excludente.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 16 (com adaptações).
Considerando o texto acima, julgue o item a seguir.
Eliminar do último período do texto o trecho “sem deixar de perceber as diferenças entre a modorra da vida no interior e a vida vertiginosa do Rio de Janeiro” significa não só subtrair informações, como também tornar todo o período inadequado ao emprego do registro formal da língua escrita.