A história da humanidade tem sido a história da luta pela sobrevivência da espécie. O ser humano sempre lutou para se manter vivo diante dos inúmeros obstáculos do dia-a-dia e pela continuidade de sua descendência, constantemente ameaçada pelas altas taxas de mortalidade. Para fazer frente ao desafio da mortalidade, a sociedade se organizava para manter altas taxas de fecundidade, de modo a possibilitar o crescimento populacional. No século XIX, alguns poucos países começaram a vencer a batalha pela vida. Vários fatores contribuíram para a transição da mortalidade: a melhoria do padrão de vida da população, fruto dos ganhos de produtividade ocorridos especialmente a partir da segunda metade do século passado, decorrentes da chamada Segunda Revolução Industrial; as conquistas da medicina, resultado da inovação médica, dos programas de saúde pública, do avanço do saneamento básico, da higiene pessoal e, também, do avanço educacional, que permitiu aos pais melhor atenção aos cuidados das crianças. Assim, alguns países mais industrializados conseguiram uma redução em suas taxas de mortalidade. Nesses países, este processo ocorreu de forma lenta e foi acompanhada, logo em seguida, pela redução das taxas de fecundidade. Em muitos países do chamado Terceiro Mundo, entretanto, a queda da mortalidade caiu muito rapidamente após a Segunda Guerra Mundial e não foi seguida, imediatamente, pela queda da fecundidade. Isto provocou um rápido crescimento populacional, que propiciou a difusão do mito da explosão populacional.
José Eustáquio Diniz Alves. Mitos e realidade da dinâmica populacional. Internet: <www.abep.nepo.unicamp.brs> (com adaptações).