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É o fogo do mal dos ardentes que queima as populações do ano 1000. Uma doença desconhecida que provoca um terror imenso. Mas o pior está por vir: a peste negra devastará a Europa e ceifará um terço de sua população durante o verão de 1348. Como a AIDS, para alguns, essa epidemia é vivida como uma punição do pecado. Então, procuram-se bodes expiatórios e encontram-se os judeus e os leprosos, acusados de envenenar poços. As cidades isolam-se, proibindo-se a entrada de estrangeiro suspeito de trazer o mal. A morte está em toda a parte, na vida, na arte, na literatura. Contudo, os homens desse tempo temem muito mais outra doença, a lepra, considerada o sinal distintivo do desvio sexual.
Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: no rastro de nossos
medos. São Paulo: UNESP, 1998, p. 78-9 (com adaptações).