Na Europa, mal começa a difundir-se entre as pessoas mais abastadas o prato, a colher, o garfo, o copo individuais, mais freqüentemente a partir de Veneza.
A doença mais temível continua a ser a peste, então invencível. Ela é o símbolo de todas as doenças do mundo cristão. De fato, existem duas espécies de pestes: a peste pulmonar, pandemia que nada detém (Peste Negra de 1348), e a peste bubônica, transmitida pela pulga do rato. Esta segunda é endêmica no sul da China, na Índia, na África do Norte e, durante quase dois séculos, ainda, na Europa, onde ressurge sem cessar, localmente, sob uma forma mais ou menos virulenta. Entre os mais atingidos, estão os recém-nascidos e as mulheres grávidas.
Na luta contra a peste e outras doenças, a medicina é impotente; quando não, prescreve remédios, vomitórios e sangrias, que enfraquecem o doente. O empirismo popular é talvez mais eficaz. Mas, provavelmente, é ele que inspirará, com o fito de deter a sífilis, a desaparição dos banhos públicos. Leva os doentes a recorrer aos curandeiros. Os reis da França e da Inglaterra tocam as escrófulas (= adenites tuberculosas). A melhor salvaguarda contra a peste é o isolamento.
A. Corvisier. História moderna. São Paulo: DIFEL, 1983, p.17-8 (com adaptações).