Pátria do pensador, terra do cantador. Um dos pressupostos ostensivos ou latentes da literatura latino-americana foi esta contaminação, geralmente eufórica, entre a terra e a pátria, considerando-se que a grandeza da segunda seria uma espécie de desdobramento natural da pujança atribuída à primeira. As nossas literaturas se nutriram das “promessas divinas da esperança” — para citar um verso famoso do Romantismo brasileiro.
Antonio Candido. Literatura e subdesenvolvimento. São Paulo: Ática, 2000, p. 141-2 (com adaptações).