Enunciados de questões e informações de concursos
A questão toma por base o seguinte texto:
Diariamente deparamos com noticiários de casos de fraudes, golpes, corrupção e toda sorte de escândalos. Abalada por sucessivos escândalos, a sociedade está se tornando cada vez mais intolerante e menos indulgente com a desonestidade. Ninguém mais acredita em “pecadores arrependidos”. A análise superficial costuma enquadrar as pessoas envolvidas em atos de desonestidade como as “maçãs podres” do barril. Entretanto, na prática, vivemos batalhando contra a tentação de comportamento incorreto, mas vantajoso, de modo similar ao de banqueiros e políticos pegos em escândalos. O que já é senso comum ganhou respaldo com pesquisas recentes de psicólogos e sociólogos comportamentais, que revelaram que todos estamos a um passo de cometer deslizes morais o tempo todo. Ao contrário do que imaginamos, atos desonestos não são, necessariamente, cometidos por pessoas sem escrúpulos, mas por pessoas menos escrupulosas. O comportamento escandaloso está apenas a alguns degraus de condescendência do comportamento moral. Em um dos estudos, evoca-se a imagem de uma bússola para analisar o funcionamento do senso moral. Por mais que a agulha interna esteja constantemente apontando para a direção certa, são muitas as forças capazes de confundir o “aparelho”. O senso moral não nasce pronto. Desenvolve-se ao longo da vida. Se, por um lado, a racionalização e a relativização flexibilizam os valores, o mesmo processo induz a um olhar mais honesto sobre nós mesmos: devemos evitar generalizações entre pessoas “mais normais” e “mais boazinhas”.
(Adaptado de Camilo Gomide, As duas faces do caráter. Planeta, outubro/2013)
Depreende-se do texto que