Texto I
A Universidade de Brasília (UnB) celebrou em junho de 2023 os 20 anos da aprovação da sua política de cotas raciais. A universidade foi a primeira instituição federal de ensino superior do país a adotar a iniciativa. Desde 2004, primeiro ano de implantação da política, 38.042 estudantes entraram na universidade pelo referido sistema. No início, a política previa que 20% das vagas de graduação seriam destinadas a candidatos negros. Após a Lei de Cotas, de 2012, a instituição destina 50% para estudantes de escolas públicas, com base nos critérios de renda e raça, e mantém 5% das vagas exclusivas para negros. Em 2020, a universidade estendeu a política de cotas para a pós-graduação, destinando 20% das vagas para candidatos negros, indígenas e quilombolas.
Internet: <agenciabrasil.ebc.com.br> (com adaptações).
Texto II
Em solo brasileiro, as lutas dos povos negros por acesso à educação antirracista e pelo direito à história culminaram na promulgação da Lei n.º 10.639/2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas escolas. Tal dispositivo foi alterado pela Lei n.º 11.645/2008, quando a história dos povos indígenas foi também incluída. Esse fato implica assumir que é parte das estratégias de domínio colonial o controle da escrita e do ensino de história, e que os movimentos sociais negros e indígenas protagonizaram um dos mais profundos debates em torno da história da educação brasileira e de enfrentamento ao eurocentrismo na produção do conhecimento.
Elisângela de Santana e Leandro de Jesus. História da África, diáspora e perspectivas emancipatórias. In: Revista História Hoje, v. 12, n.º 25, 2023 (com adaptações).