"Sem Especialidade"

“A análise da inovação tecnológica na agricultura familiar brasileira deve levar em conta a inserção e os parâmetros estruturais que conformam este segmento. A imagem estereotipada da agricultura familiar como um setor atrasado do ponto de vista econômico, tecnológico e social, voltado fundamentalmente para a produção de produtos alimentares básicos e com uma lógica de produção de subsistência, está longe de corresponder à realidade.” (Buainain, Souza Filho e Silveira, 2002). Com relação à agricultura familiar, ao seu perfil e à aprendizagem de técnicas agrícolas e com base em dados do Censo Agropecuário, pode-se afirmar que:

O acesso e o uso da tecnologia são ao mesmo tempo, importantes fatores de diferenciação dos agricultores familiares e também condicionantes da sustentabilidade econômica da unidade produtiva.
A agricultura familiar é um universo profundamente homogêneo, tanto em termos de disponibilidade de recursos, quanto de acesso ao mercado ou de capacidade de geração de renda e acumulação.
O valor da produção destinada ao autoconsumo tem peso insignificante na agricultura familiar, em particular nas Regiões Norte e Nordeste.
O uso de tração animal e mecânica é muito alto entre os estabelecimentos familiares: 50% empregavam apenas tração manual nos trabalhos agrícolas em 1996.
Em praticamente todos os sistemas e regiões, os agricultores familiares não enfrentam problemas associados à disponibilidade de capital de giro e recursos para investimentos.