#952839 Tec - 2019 - Analista Judiciário (TJ MA)/Direito/"Inéditas"

"A introdução de africanos escravizados no Maranhão data da segunda metade do século XVII. Mário Meireles (2001, p. 243) apontou como marco inicial da escravização o pedido do padre Antônio Vieira, em 1661, de que o Império português passasse a sustentar a colonização de terras maranhenses na utilização da mão de obra africana." (PEREIRA COSTA, Michel Y.. Sociedade e escravidão no Maranhão do século XIX. In: Revista Brasileira de História e Ciências Sociais. Vol. 10, nº 20, julho-dezembro de 2018. p. 250)

A questão da escravidão foi um dos pontos mais tensos da vida brasileira durante o século XIX. Sobre o tema e sobre o lugar do negro na sociedade maranhense, é correto afirmar que:

Ainda que a lavoura tenha demandado uma quantidade expressiva de escravos para a sua formação, a sociedade maranhense se manteve predominantemente branca, urbana e alfabetizada.
A abolição da escravidão no Maranhão se deu num momento extremamente delicado, no qual a lavoura havia se restabelecido de maneira vigorosa e o número de cativos atingia patamares elevados; ou seja, a Lei Áurea (1888) significou perdas expressivas para o setor produtivo maranhense.
A questão da escravidão foi parcialmente solucionada na província do Maranhão por um programa de incentivo de colonização europeia voltado para o regime de colonato e de favorecimento do trabalho livre, iniciativa que contou com grande entusiasmo da elite política e agrária da província.
O declínio econômico maranhense implicou na venda dos escravos para as prósperas lavouras cafeeiras de São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente a partir da proibição do tráfico de escravos em 1850.
A escravidão urbana praticamente inexistia no Maranhão à altura da abolição, tendo sido os negros amplamente acolhidos pelas políticas de modernização urbana em São Luís.