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Efetivamente, os meios de comunicação nos bombardeiama diariamente com os prodígios da medicina, criando nova mitologia: a doença sob controleb. A medicina contemporânea, balizada pelo complexo médico-industrial (indústria de equipamentos médicos/indústria farmacêutica) e ancorada na biologia molecular, vem avançando de modo acelerado em todos os campos. A tecnologia médica tornou o homemc transparentec mediante o estudo das imagens do seu interior e ainda permite vê-lo pelo avesso, por meio de procedimentos endoscópicos com microcâmeras. O que antigamente eram apenas técnicas diagnósticas vem se tornando, cada vez mais, procedimentos terapêuticos (radiologia intervencionista, cirurgias laparoscópicas, colocação de próteses endovasculares etc.). Esse avanço exponencial provoca um frisson não só no meio médico, mas também na sociedaded – e a “escatologia científica” passa a imperar.


Por outro lado, há um descompasso entre avanços médicos e assistência médica de qualidade. Existe uma brecha entre a “medicina científica” e as necessidades dos pacientes. Outro viés da medicina contemporânea é o modelo médico adotado pela  “medicina oficial”. O modelo é biológico, o corpo humano é considerado máquina, que pode ser analisada em suas diferentes peças, e a doença é encarada como mau funcionamento dos mecanismos biológicos. Mas é preciso entender que o homem adoece de suas condições biológicas, psicológicas, sociais, culturais e ambientais. Esse modelo biológico, amparado na tecnologia, tornou a prática médica segmentada, com o superdimensionamento das áreas especializadas. A exaltação da explicação científica e os avanços técnicos acabaram determinando a atomização do conhecimento. Essa pulverização do conhecimento tornou o médico generalista inseguro e, muitas vezes, mero triador de casos para os especialistas. Por seu lado, o especialista só assume a responsabilidade sobre o “órgão doente” de sua área. É mais ou menos como se o paciente fosse o “seu estômago”,e o “seu pulmão” ou coisa que o valha. Assim, um médico leva a outro. A consulta com vários médicos acaba corrompendo a interação médico- paciente, configurando-se nesse caso “a trama do anonimatoe.


Para mudar essa situação, um conjunto de medidas deve ser implementado nas áreas da saúde e educação. Sem uma revolução nessas áreas, não temos futuro como grande potência.


SANVITO, Wilson Luiz. Os paradoxos da

medicina contemporânea. Disponível em:<http://ramb.elsevier.es/ pt/os-paradoxos-da-medicina-contemporanea/articulo>. Acesso em: 20 abr. 2016.

 

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