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Homicídio ou suicídio?

 

Certa noite um homem e uma mulher entraram num bar, em São Paulo. Sentaram-se, pediram martini seco. Enquanto o garçom os servia, ela foi ao telefone, ele acendeu um cigarro. Quando sua companheira regressou, ele ainda nem havia provado a bebida. Ambos viraram o cálice de uma só vez, e a mulher caiu fulminada, teve morte quase instantânea.

 

Aproveitando-se da confusão que se seguiu, o homem desapareceu. A princípio, a polícia pensou tratar-se de suicídio. Na bebida ingerida – somente a dela – havia uma dose mortal de estricnina. Apuraram a identidade da mulher, por via das dúvidas localizaram e prenderam seu amante, um funcionário público. Era ele.

 

O homem se defendeu como pôde: foi suicídio. Então por que fugiu? Nessas horas a gente não pensa em nada, perde a cabeça^{II)}. Você se aproveitou da ausência dela para pôr o veneno^{III)}. Não aproveitei nada, não pus nada: ela se suicidou – pode muito bem ter posto o veneno antes de ir telefonar. Vivia dizendo que um dia acabava fazendo uma loucura, e a culpa seria minha. Isso não prova nada, a culpa foi sua mesmo. Ele acabou confessando um dia: fui eu mesmo.

 

No julgamento, porém, surpreendeu a todos, alegando inocência novamente: a confissão fora extorquida na polícia, sob tortura física. Foi absolvido por falta de provas. E ninguém mais teve notícia dele.

 

(Fernando Sabino)

 

 

Dadas as proposições seguintes,

 

I. É possível deduzir do último período a culpa do homem, embora tenha sido absolvido.

 

II. O período “Nessas horas a gente não pensa em nada, perde a cabeça.” infere que o homem fugiu sem ter culpa.

 

III. “Você se aproveitou da ausência dela para pôr o veneno.”. Essa afirmativa caracteriza que a suspeita do crime para a polícia é do homem.

 

IV. O texto pode ser dividido em 4 partes: a morte, o indício de suicídio, a suspeita de crime e o julgamento.

 

quais são verdadeiras?



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