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INSTRUÇÃO: A questão relaciona-se com o texto abaixo. Leia atentamente todo o texto antes de responder a elas.


PUNIR OS BANQUEIROS,
NÃO OS TRABALHADORES


J.K. GALBRAITH



O desenvolvimento social e econômico que gostaria de ver no século XXI baseia-se firmemente no que tenho visto no século que está terminando. Nas grandes cidades urbanas dos países industrializados ainda existem ilhas de privação, especialmente nos Estados Unidos. A desigualdade é a condição básica.


A diferença de renda deve ser reduzida, particularmente pela melhoria das condições daqueles que agora vivem em privação. Nada nega tanto o prazer da vida, e na verdade a própria liberdade, do que uma ausência total de dinheiro. Ou algo perto disso. Um país rico pode garantir uma renda para os destituídos. Se alguns não trabalham, que seja. Os ricos são também conhecidos ocasionalmente por preferirem o lazer.


No mundo, há populações grandemente empobrecidas. Pessoas são assim: elas sofrem a dor da inanição, falta de abrigo e doenças, onde quer que estejam. Como seres humanos, devem ser objeto de nossa compaixão e de nosso auxílio, nossa atenção.


Devemos também, agora, reconhecer que o fim do colonialismo deixou alguns países sem nenhum governo, ou com governos cruéis, inegavelmente ruins ou incompetentes, que se recusam a qualquer esperança de bem-estar. Nos anos à frente, deve haver um procedimento pelo qual uma ONU fortalecida suspenda a soberania de países cujos governos estejam destruindo seus povos. Não podemos, com a consciência tranquila, continuar a aceitar tal crueldade de décadas, como foi experimentada, e ainda é, no Congo. E em outros lugares. E mais genericamente, deve haver disposição e ampla ajuda econômica dos países afortunados para os pobres.


Outros problemas devem ser resolvidos. O capitalismo ainda se presta à instabilidade que deriva dos erros inconsequentes, como ocorre atualmente na Ásia, em sua forma nascente na Rússia, na América Latina e pode acontecer se houver um fim para a bolha de Wall Street, nos Estados Unidos. Para sanar o problema, socorremos financeiramente os banqueiros e industriais mais propensos à insanidade causativa. Isso significa restringir a ajuda àqueles que mais sofrem com o desastre. Assim é a oratória. Assim o Fundo Monetário Internacional, que socorre os banqueiros e executivos de empresas responsáveis pela crise, exige restrições orçamentárias à custa dos trabalhadores e do povo. Devemos ter o FMI, mas de uma forma mais compassiva, mais socialmente equitativa. Aqui, desnecessário dizer, anseio por ver uma  mudança.

 

Por fim, todos os economistas devem, como todos os cidadãos interessados, deixar de lado considerações triviais para pensar e agir de forma a dar um fim ao maior dos perigos. Isto é, o da devastação nuclear. A ocorrência mais profunda disso, no último século, foi o desenvolvimento de meios para destruir toda a vida do Planeta. Esse fim está agora plenamente disponível nas estocagens de armas nucleares, notavelmente as dos Estados Unidos e da Rússia. Isso aguarda apenas a autorização de algum político insano ou seus representantes militares. Já vivemos a ameaça. Nenhum economista pode se refugiar profissionalmente do perigo onipresente e esmagador da destruição nuclear. Ninguém pode.

 

GRIFFITHS, Sian (Org.). Previsões (30 grandes

pensadores investigam o futuro). Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001. p. 189191.

 

“Isso aguarda apenas a autorização de algum político insano ou seus representantes militares.”


É CORRETO afirmar que essa frase permite inferir que é possível haver, entre políticos e militares,



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