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Universidade Estadual do Maranhão
Questão 1 de 1
Assunto: Sem classificação

O episódio a seguir narra os sentimentos mais íntimos de Manuelzão. Leia-o para responder à questão.

 

Manuelzão saía de lá, queria estar mais simplificado. Mas, debaixo de tão curtas horas, e sentia que estava caído de alturas – das alturas da festa. Tudo era diferente do que devia de ser. Mesmo enquanto se festava, a gente carecia de sofrer também o ramêrro dos usos, o mau sempre da vida: uns adoeciam com moléstias, outros se entristeciam, alguém tinha de cuidar das necessidades de todos, rompe, reinavam as maçadas, e a gente tinha de precatar os perigos do amanhã, que subia armado contra os fundamentos de hoje. Os outros aceitavam o misturado disso, entravam nus na festa, feito fossem meninos. Mas, ele, Manuelzão, não. Não conseguia. Para ele, o apreciável das coisas tinha de ser honesto, limpo, estreito, apartado: ou uma festa completa, só festa, todamente! – ou mas então a lida dura, esticada, sem distração, sem descuido nenhum, sem mixórdia! Mais uns enganos. Homem, não suspirava. Mesmo, competia de demonstrar cara satisfeita, não dessem de reparar e falar, desfazendo em sua boa fama. Por pouco, quem sabe até iam dizer: - Festa de Manuelzão, todos divertem, ele não...Não queria.

 

ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

 

É notória a habilidade de Rosa para reconstrução das estruturas da língua portuguesa. Um exemplo desse rearranjo de palavras está contemplado no seguinte fragmento:



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