Desde que se encontraram na noite mais antiga da nossa história, os homens e as mulheres deste país dedicaram-se a fazer o amor, a guerra e a cozinha, com igual empenho e prazer. Passaram-se cinco séculos, e o Brasil deu no que deu. Não há família brasileira de longa data que não tenha, pelo menos, uma avó no mato e outra na África. Não há prato tipicamente nacional que não seja um arranjo,
uma adaptação, uma mistura criativa de ingredientes africanos, indígenas e europeus, com intervenção do Médio e do Extremo Oriente. E, quanto mais nacional o prato, maior a mistura.
Pedro Cavancante. A pátria nas panelas.
São Paulo: Senac, 2007, p.15.