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É na visão retrospectiva que se descobrem as características (boas ou más) da cultura nacional, cuja originalidade não precisa ser proposta nem defendida, mas pode ser constatada e criticada. A liberdade de criação será maior se o artista, o escritor ou o pensador, como Machado de Assis e Clarice Lispector, não tiverem de criar uma arte, uma literatura ou um pensamento supostamente nacionais.


Uma tal perspectiva não significa abdicar do nacional em detrimento do universal, do local em detrimento do global, pois, se o universalismo pode ser visto como uma invenção eurocêntrica, a universalidade não tem centro. Embora desigual e assimetricamente, valores, idéias, expressões culturais e costumes — nacionais e locais — migram,farão isso mais freqüentemente com a maior facilidade das comunicações e sempre terão o potencial de universalizar-se. As obras de Machado e Clarice, sem deixar de ser brasileiras, são um claro exemplo dessa possibilidade de universalização.


João Almino. De Machado a Clarice: a força da literatura. Apud: Carlos Guilherme Mota (organizador). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500–2000) – a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p.79 .

 

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos da cultura, julgue o item seguinte.

 

O Renascimento dos séculos XV e XVI , mal grado sua força criativa, não se enquadra naquilo que o texto classifica de universalismo como “ invenção eurocêntrica”. A rigor, figuras como Camões, Shakespeare, Michelangelo, da Vinci, Rafael ou Miguel de Servet, entre tantos outros, expressam — na literatura, nas artes plásticas e na ciência — uma cultura não mais que local,desprovida de suficiente latitude para representar uma visão de mundo que transcendesse os horizontes europeus.



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