Enunciados de questões e informações de concursos
Texto LP-II
Em geral, os intelectuais nos sentimos desconfortáveis quando falamos na primeira pessoa. Daí a conveniência do plural majestático, ainda que soe desagradavelmente pedante. O desconforto talvez decorra, paradoxalmente, da vaidade: a primeira pessoa do singular deixaria o narcisismo excessivamente exposto, produzindo vergonha e culpa. E os intelectuais padecemos dessemal: egos inflados, arrogância mal dissimulada e auto-imagens hiperdimensionadas.
Felizmente, nosso ofício destila o antídoto, a saliência do sentido crítico, que irrompe como um gesto natural, quase um capricho, focalizando nossas próprias vãs pretensões com seu lado auto-irônico. Nesse caso, descrevendo trajetórias, não posso me furtar à audácia da primeira pessoa, ou seria desatada a trama do coletivo padrão com o individual gauche e desafinado.
Luiz Eduardo Soares. A ética e o intelectual no século XXI. In: O desafio ético. Rio de Janeiro: Garamond, 2000, p. 51-2 (com adaptações).
Texto LP-III
Nem sempre agendas individuais e coletivas coincidem. Na medida do possível, procurei respeitar a agenda intelectual e pública de minha geração, mas não abdiquei de aproximá-la de minhas perplexidades pessoais, que consistiam em minha pauta prioritária de desafios.
Idem, ibidem, p. 55 (com adaptações).
Julgue o item seguinte, relativo aos textos LP-II e LP-III.
O texto LP-III é sintaticamente estruturado em três orações, sendo duas delas negativas.