Jaider Esbell (1980-2021), artista, intelectual e ativista indígena, foi curador da exposição “Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea”, parte da 34ª Bienal de São Paulo, em 2021. Leia um trecho de entrevista com esse artista: “As nossas histórias e nossos pensamentos sempre foram interpretados, introduzidos e moldados por antropólogos, por padres, por políticos, enquanto a gente nunca conseguiu imprimir um pensamento autoral, que nos coloque devidamente em um lugar de pessoas que têm mundos próprios, cosmologias próprias. E aí temos que fazer paralelos a todos os momentos com a cultura que quer ser dominante para falar de nós mesmos. Nós indígenas dizemos que o folclore brasileiro não existe, é uma invenção, é uma apropriação das nossas cosmologias e entidades. Uma apropriação.”
(Adaptado de: “O que são 70 anos diante de 521, meu querido?”, entrevista de Artur Tavares com Jaider Esbell, In: Elástica, 3 de outubro de 2021.)