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Texto para a questão.
Com a queda do Estado Novo, grupos organizados passaram a defender projetos de sociedade, de economia, de organização social e de cultura. Retomar a tradição liberal interrompida com a Revolução de 1930 ou dar continuidade às políticas públicas intervencionistas era a discussão que passou a dominar os debates. Nacionalismo, industrialização com base em bens de capital, proposta de fortalecimento de um capitalismo nacional, criação de empresas estatais em setores estratégicos e valorização do capital humano com redes de proteção social permitiram que, na década de 50, os próprios comunistas aderissem às propostas dos trabalhistas.
Outro projeto seduziu as elites empresariais, políticas e militares, além das classes médias conservadoras. Esse projeto liberal-conservador tinha na UDN seu principal instrumento político e caracterizava-se, entre outros aspectos, pelo antigetulismo, o moralismo e o anticomunismo. Durante toda a experiência democrática brasileira, entre 1945 e 1964, ambos os projetos disputaram a preferência do eleitorado. No entanto, três momentos resultaram em situações de grande conflito: a crise de agosto de 1954, o golpe preventivo liderado pelo general Lott em novembro de 1955 e a Campanha da Legalidade de 1961.
Jorge Ferreira. Crises da República: 1954, 1955 e 1961. In: Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (orgs.). O Brasil Republicano: o tempo da experiência democrática – da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 303-4
(com adaptações).
Resguardadas as condições específicas de cada país e os aspectos singulares e próprios de seus processos históricos, é possível proceder-se à síntese da experiência latino-americana nas últimas cinco décadas. Relativamente a esse quadro geral, julgue (C ou E) o item subseqüente.
Regimes autoritários, normalmente chefiados por militares, prevaleceram entre os anos 60 e 80 do século passado. Mantendo sua condição de “Suíça da América Latina”, o Uruguai conseguiu ser a exceção democrática em um Cone Sul dominado por governos ditatoriais.