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Texto para a questão.
Contos de vigário
Passam-se tempos sem que ouçamos falar em contos de vigário. Muito bem. Tornamo-nos otimistas, imaginamos que, se a reportagem não menciona esses espantosos casos de tolice combinada(a) com safadeza, certamente os homens ficaram sabidos e melhoraram.
Pensamos assim e devemos estar em erro. Provavelmente esse negócio continua a florescer, mas as vítimas têm vergonha de queixar-se e confessar que são idiotas. Raras vezes um cidadão se resolve a afrontar(b) o ridículo, e vai à polícia declarar(c) que, não obstante ser parvo, teve a intenção de embrulhar(d) o seu semelhante.
O que ele faz depois de logrado(e) é meter-se em casa, arrancar os cabelos, evitar os espelhos e passar uns dias de cama, procedimento que todos nós adotamos quando, em conseqüência de um disparate volumoso, nos sentimos inferiores ao resto da humanidade. Convenientemente curado, cicatrizado, esquecida a fraqueza, o sujeito levanta-se e adquire consistência para realizar nova tolice. E assim por diante, até a hora da tolice máxima, em que ninguém reincide porque isto é impossível.
Graciliano Ramos. Linhas tortas: obra póstuma. 11.a ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1984. p. 154.
Assinale a opção em que o sinônimo proposto corresponde à acepção com que o termo foi empregado no texto.