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Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.
 

Da solidão


Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão. Basta que em redor delas se arme o silêncio, que não se manifeste aos seus olhos nenhuma presença humana, para que delas se apodere imensa angústia: como se o peso do céu desabasse sobre a sua cabeça, como se dos horizontes se levantasse o anúncio do fim do mundo.

No entanto, haverá na terra verdadeira solidão? Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério.

Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos à procura de ângulos, jogos de luz, eloquência de formas, para revelarem aquilo que lhes parece não o mais estático dos seus aspectos, mas o mais comunicável, o mais rico de sugestões, o mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites físicos desses objetos, constituindo, de certo modo, seu espírito e sua alma.

Façamo-nos também desse modo videntes: olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das cadeiras, a transparência das vidraças, os dóceis panos tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles a beleza que arrebata logo o olhar: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas – é inábil e desajeitado. Amemos nessas humildes coisas a carga de experiências que representam, a repercussão, nelas sensível, de tanto trabalho e história humana. Concentradas em sua essência, só se revelam quando nossos sentidos estão aptos para as descobrirem. Em silêncio, nos oferecerão sua múltipla companhia, generosa e quase invisível.

 

(Adaptado de Cecília Meireles, Escolha o seu sonho)

 

Atente para as seguintes afirmações:


I. Sensível à materialidade das coisas que nos cercam, a autora reconhece que elas valem pelo que são, não tendo outro significado senão o de sua simples corporeidade.

II. A lição que nos dão os pintores e fotógrafos é a de alcançar uma nova e mais atenta perspectiva do olhar, pela qual os objetos se revelam em sua expressão essencial.

III. Um olhar verdadeiramente expressivo é aquele que dá sentido às coisas que não o têm, que transfere vida aos objetos inanimados à volta.


Em relação ao texto, está correto o que consta em



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