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TEXTO


RECEITA PARA ESCAPAR


Necessitando de uma trégua longe da tecnologia do consumidor, você entra num avião para uma fuga de três dias. Entalado cotovelo contra cotovelo entre um homem de negócios bem‐vestido com um laptop e uma mãe segurando um bebê de colo, você olha para o telefone na poltrona da frente que fica mostrando uma mensagem gravada: “Chefe Impaciente, Cliente Ansioso – Faça Essa Chamada.” Você resiste à pressão. Em vez disso, pega uma revista e folheia com o polegar as páginas de propaganda e de artigos sobre negócios, até chegar ao artigo que lhe interessa “Três Dias Perfeitos em Viena”, e começa a fantasiar a respeito de uma fuga romântica. As fotografias da China rural também cativam os seus olhos, assim como as imagens granuladas de florestas e a poesia de Thoreau. A fuga é apreciada. Em seguida, você retira da bolsa do assento o catálogo de produtos de bordo e se pergunta se o aquecedor de toalhas seria um luxo que mereça ser comprado, ou então o vaporizador de roupas. Como um bônus, se você o comprar com o seu Mileage Plus VISA, este o recompensará com milhas de voo para quem viaja frequentemente. A unidade de telefone emite outra mensagem. Dessa vez: “Qual é o preço de não fazer essa chamada?”


As duas revistas oferecidas pela United Airlines refletem os dois maiores mercados da América, a tecnologia do consumidor e a fuga da tecnologia do consumidor. Através de uma engenhosa rede de marketing, a empresa de linhas aéreas e a de cartões de crédito juntaram‐se para criar um plano por cujo intermédio a compra de tecnologias do consumidor alimenta a fuga com relação à tecnologia do consumidor. Por exemplo, compre com seu MasterCard e receba milhas de viagem. “Faça uma hipoteca, faça milhas.” “Pegue o telefone. Pegue milhas.”


Quanto mais tecnologia do consumidor você comprar, mais precisará de uma fuga. B) (...)


Três Dias Perfeitos, ou qualquer escapada de fim de semana, não é um antídoto comprovado contra o stress. A) Transplantar‐se de uma cidade para outra, de um programa para outro, não é uma coisa relaxante. C) Não obstante uma mudança na arquitetura, não obstante uma mudança na alimentação ou no clima, a energia de uma cidade é uma energia de cidade, e viajar longas distâncias num curto período de tempo é inquietante. D) O viajante típico levará consigo um laptop, um telefone celular, uma câmera fotográfica e, possivelmente, uma filmadora de vídeo, as mesmas coisas que criam o tempo high tech causador do stress.


O fim de semana terminou, e você está de pé, espremido no corredor do avião, grato por poder esticar as pernas. Os passageiros se apressam em direção ao carrossel das bagagens onde todos se aglomeram ao redor da correia de transporte serpenteante verificando as etiquetas com os nomes à medida que passam as malas pretas com rodinhas. Você acabou de voltar à sua realidade.


A tecnologia é a moeda corrente da nossa vida - High tech – High touch, Nana Naisbitt e Douglas Philips – Ed. Cultrix - SP (com adaptações)

 

A referida “fuga de três dias” para “fugir da tecnologia do consumidor” constitui um paradoxo porque:



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