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Leia o texto seguinte para responder à questão

            Vinte e quatro séculos atrás, Sócrates, Platão e Aristóteles lançaram as bases do estudo científico da sociedade e da política. Muito se aprendeu depois disso, mas os princípios que eles formularam conservam toda a sua força de exigências incontornáveis. O mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o discurso do cientista que o analisa.
Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os termos que os designam respectivamente, mas estas palavras tanto se desgastaram pelo uso que, para torná-las novamente úteis, é preciso explicar o seu sentido em termos atualizados. Foi o que fez Edmund Husserl com a distinção entre discurso "pré-analítico" e o discurso tornado consciente pela análise de seus significados embutidos.

            Por exemplo, na linguagem corrente, podemos opor o comunismo ao anticomunismo como duas ideologias. No entanto, comunismo é uma ideologia, mas o anticomunismo não é uma ideologia, é a simples rejeição de uma ideologia.

            É analisando e decompondo compactados verbais como esse e comparando-os com os dados disponíveis que o estudioso pode chegar a compreender a situação em termos bem diferentes daqueles do agente político. Mas também é certo que os próprios conceitos científicos daí obtidos podem incorporar-se depois no discurso político, tornando-se expressões da doxa. É isso, precisamente, o que se denomina uma ideologia: um discurso de ação política composto de conceitos científicos esvaziados de seu conteúdo analítico e imantados de carga simbólica. Então, é preciso novas e novas análises para neutralizar a mutação da ciência em ideologia.

(Olavo de Carvalho, com cortes)


Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta.

( ) Mantém-se a correção gramatical substituindose a expressão 'Vinte e quatro séculos atrás' por 'Há vinte e quatro séculos' ou por 'Fazem vinte e quatro séculos'.

( ) A oração 'Muito se aprendeu depois disso' poderia ser substituída por 'Aprenderam-se muitas coisas depois', preservando-se o sentido e a correção gramatical do texto.

( ) Compromete-se a clareza do texto e há prejuízo para a correção gramatical do período se o pronome da expressão 'estas palavras' for substituído por 'essas'.

( ) A oração 'que é preciso explicar o seu sentido em termos atualizados' expressa conseqüência, sendo correto, portanto, substituir 'que' pelo conector 'porquanto'.

( ) No segundo parágrafo, predomina a articulação semântica e sintática de oposição na produção de sentido dos enunciados.



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