Enunciados de questões e informações de concursos

As pessoas se odeiam no trânsito, seguram seus volantes como baterias antiaéreas(D, usam a buzina como o botão que dá a partida num míssil. Mas, no fundo, as pessoas são boas. E sou testemunha.


Em trem, já fui carregado por um indiano que nunca mais vi. Desconhecidos me ajudaram a subir escadas sem pedir nada em troca(B. “Quer uma ajuda” é um mantra com que todo deficiente, como eu, que sou cadeirante, habitua-se rotineiramente.


O ódio existe, sempre existiu. Algumas pessoas se desrespeitam na internet(E, discordam umas das outras, usam argumentos que consideram ofensivos(C, como “vai ler”, “vai estudar”. A não ser psicopatas, que não são poucos, algumas pessoas, quando flagradas, arrependem-se, pedem desculpas, são fotografadas de cabeça baixa, tristes.


O homem tem empatia. Tem capacidade de sentir (e até prever) o que o outro sente. Foi Kant quem disse que o altruísmo é uma condição humana. E os evolucionistas, como Darwin, garantem que os genes humanos criaram um agente inédito, não biológico, ao comportamento animal: a cultura.


Culinária, música, poesia, competições esportivas, folclore, religião, filosofia, noção da vida e da morte são próprios dos homens, nos distinguem, nos diferenciam, nos afastam do passado primata. Como o altruísmo.


Kant insistia: conservar a própria vida é um dever(A; ser bom quando se pode é um dever. Existem pessoas tão capacitadas para o altruísmo, que, mesmo sem qualquer vaidade ou interesse, experimentam uma satisfação grande com o contentamento do outro; fazem o bem não por uma inclinação, mas por um dever. Daí nasceu a ideia de utopia. Eu prefiro acreditar que ela existe. E lutar por ela.


(Adaptado de: RUBENS PAIVA, Marcelo. Disponível em: cultura.estadao.com.br)

 

O segmento que, no contexto, corrobora a existência do altruísmo está em:



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