Enunciados de questões e informações de concursos

Um mito recorrente sobre a Independência do Brasil diz respeito ao caráter pacífico da ruptura com Portugal. De acordo com essa visão, tudo teria se resumido a uma negociação entre o rei D. João VI e seu filho D. Pedro, com algumas escaramuças isoladas e praticamente sem vítimas. É um erro. A guerra da independência foi longa e desgastante. Durou 21 meses, entre fevereiro de 1822 e novembro do ano seguinte. Nesse período, milhares de pessoas perderam a vida em roças, morros, mares e rios em que se travou o conflito.


Devido à demora nas comunicações com a Europa, a guerra, nos primeiros meses, envolveu um jogo de esconde-esconde, repleto de boatos, em que nenhum dos lados sabia exatamente o que o adversário planejava nem quais eram as forças de que dispunha. A única certeza era que tanto Portugal quanto o Brasil encontravam-se em estado de penúria, com os cofres públicos vazios e sem dinheiro para contratar e pagar oficiais e soldados, comprar armas e munições e sustentar um conflito que exigia esforços em dois hemisférios. Nesse  confronto de esfarrapados, porém, Portugal tinha de início uma vantagem: era um país centenário, organizado e reconhecido pelos seus vizinhos europeus, que lhe poderiam hipotecar apoio político ou ceder empréstimos. Essa organização se estendia sobre o Brasil, cujas Forças Armadas — mesmo precárias — ainda eram portuguesas até as vésperas da Independência. Toda a linha de comando, composta em sua maioria por oficiais nascidos em Portugal, respondia às ordens de Lisboa. O Brasil, ao contrário, começava tudo do zero. Até 28 1822, não tinha Exército nem Marinha de Guerra. O próprio governo, que acabara de se constituir com José Bonifácio à frente do ministério, funcionava de forma desorganizada e improvisada. As ordens do Rio de Janeiro não eram acatadas pela maioria das províncias, ainda fiéis a Portugal. Sem reconhecimento internacional, as perspectivas de apoio diplomático eram nulas. Empréstimos, só a juros escorchantes.


Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 163-6 (com adaptações).

 

Assinale a opção que apresenta reescrita gramaticalmente correta para o seguinte trecho do texto: “nenhum dos lados sabia exatamente o que o adversário planejava nem quais eram as forças de que dispunha”.



spinner
Ocorreu um erro na requisição, tente executar a operação novamente.