Entrevistador: Considerando, conforme Cruz (2006), que Inglês como língua internacional (ILI) refere-se ao “inglês usado nas interações entre falantes não nativos que têm línguas maternas diferentes”, uma interrogação que surge, naturalmente, é qual variante do inglês aprender e ensinar nas escolas. Como agir na situação concreta de sala de aula de língua estrangeira, ou seja, quais critérios utilizar para definir a variante a ser estudada?
K. Rajagopalan: Em relação à pergunta “Qual variedade a ser prestigiada”, respondo. “Nenhuma” ou, o que dá na mesma: “Todas”. Explico. Como professores de inglês, é nosso dever preparar nossos alunos para serem cidadãos do mundo novo que se descortina diante de nossos olhos. Para atuar nesse admirável mundo novo, os nossos alunos têm de aprender a lidar com todas as formas de inglês.
Isso requer um bom jogo de cintura. Dou um exemplo. Quando houve a copa do mundo de futebol no Japão, as pessoas daquele país se referiam ao evento como “worlodo copo” ou “woroldo copo”. O turista estrangeiro que não conseguiu fazer os devidos “reajustes” na maneira de interpretar fonologicamente a expressão foi penalizado, como alguns jornais reportaram na época. Não tenho nenhuma dúvida de que o tal “falante nativo” do inglês – um falante monolíngue – teria tido maiores dificuldades do que um aprendiz estrangeiro.
(RAJAGOPALAN, K. “O inglês como língua internacional na prática docente”. In: LIMA, D.C. (Org.). Ensino e aprendizagem de Língua Inglesa: conversas com especialistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. pp. 39; 45-6. Adaptado)