"Res. Médica 2022"

Um paciente de 89 anos de idade deu entrada no pronto-atendimento, levado pelo SAMU, com história de tosse, sonolência e sinais de choque. No momento da admissão, sem antecedentes conhecidos ou presença de familiares. Optou-se por intubação orotraqueal, passagem de acesso venoso central e infusão de drogas vasoativas. O paciente evoluiu com choque séptico refratário a doses máximas de noradrenalina e vasopressina. Foi solicitado um leito em unidade de terapia intensiva. Após algumas horas da admissão, os filhos do paciente compareceram ao serviço, informando que o paciente é portador de neoplasia de pâncreas avançada, com múltiplas metástases e carcinomatose peritoneal. Referiram também que o paciente expressara o desejo de não ser intubado em diversas ocasiões.

Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta.

Levando-se em conta que o choque séptico é uma situação tratável e reversível, no momento não se pode instituir medidas paliativas.
A partir do momento em que medidas como intubação orotraqueal e drogas vasoativas são iniciadas, sua suspensão é considerada como eutanásia e deve ser evitada.
Os escores de Karnofsky, Barthel, Lawton e Katz não são adequados para auxiliar na definição de ações paliativas no contexto de emergência.
Após o acolhimento dos familiares e a reavaliação do plano terapêutico, é razoável cancelar a solicitação de terapia intensiva e encaminhar o paciente para leito de enfermaria ou quarto privativo.
Do ponto de vista jurídico, não se deve iniciar ações paliativas sem a apresentação escrita do desejo do paciente ou das biópsias das lesões neoplásicas.