Viciada em se apaixonar?
Por Julia Minhoto
A química cerebral está amplamente conectada com as nossas emoções e o vício por sentir também é comum na maioria das pessoas: dentre os hormônios liberados pelo nosso cérebro quando nos apaixonamos, a adrenalina, responsável pelo frio na barriga e a excitação, pode gerar aquela necessidade de sempre ter alguém para ficar minimamente ob...ecada. Se você não conhece alguém assim, talvez você seja essa pessoa.
Mas você sabia que existem diversos malefícios nesse tipo de comportamento? A psicóloga clínica com formação em Terapias Cognitivas, neuropsicóloga e especialista em relacionamentos, Ana Paula Torres, ajuda-nos a desvendar a mente de quem é viciada em se apaixonar.
De acordo com a especialista, uma pessoa que vive essas circunstâncias geralmente coloca o outro como protagonista em sua vida, porque é através de uma segunda pessoa que ela se proporciona o prazer que está buscando. “O foco da vida dessa pessoa não está sobre ela, podendo transformá-la até mesmo em alguém obsessivo”, explica. “A parte individual dessa pessoa enquanto indivíduo acaba negligenciada, sempre em segundo plano”, acrescenta.
Viver um tempo em plena solitude é necessário para o autoconhecimento. Mesmo dentro de relacionamentos, é importante prezar pela individualidade e experiências pessoais. Entretanto, alguém não saber estar sozinho se relaciona, muitas vezes, ao vício pela paixão que pode ser explicado de maneira neurológica, envolvendo a química cerebral.
“A necessidade de se apaixonar se dá pela adrenalina, e esse sentimento provoca essas reações. Isso faz com que essa pessoa se sinta mais viva, disposta e animada“, conta.
Entretanto, essa sensação tem curta duração. Sendo assim, uma vez que a paixão acaba, a pessoa que está viciada nesse sentimento tende a tomar atitudes que farão que ela se sinta assim novamente. “Mesmo que ela rompa um relacionamento, ela terá a necessidade de se sentir apaixonada novamente, então ela buscará novas relações que podem fazê-la sentir o êxtase do estado inicial de um relacionamento”, explica Ana Paula.
Primordialmente, a neuropsicóloga ressalta que essa não é a condição final da paciente, mas sim a consequência de algumas circunstâncias que essa pessoa vivenciou que refletiram no modo dela de se relacionar com os outros. Ou seja, assim como todo vício, esse comportamento pode ser proveniente da infância, da criação ou de reproduções de suas relações anteriores.
(Disponível em: claudia.abril.com.br/amor-e-sexo/viciada-em-relacionamentos-isso-pode-interferirnegativamente- na-sua-vida/ – texto adaptado especialmente para esta prova).