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Texto, para responder à questões.
O corre-corre dos centros urbanos tem transformado a convivência entre homens em uma verdadeira selva de pedras, já que pessoas tentam a todo custo aplicar a lei do mais forte, e isso não é mais “privilégio” das chamadas grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e outras. Tudo por conta das famosas desculpas: “O chefe me dá uma bronca se eu chegar atrasado”; “A culpa é do governo, que não melhora nossas vias, e das autoridades de trânsito, que não fiscalizam”, e por aí vai.
Contudo, tal fato tem trazido resultados danosos à sociedade, ou seja, o número das várias formas de violência no trânsito vem aumentando vertiginosamente, e estas se traduzem em acidentes de trânsito com vítimas fatais e não fatais, bem como em discussões que resultam muitas vezes em lesões corporais e até mesmo homicídios.
Para se ter uma ideia, no Brasil, até o dia 20 de setembro de 2011, o trânsito já havia feito 75.443 vítimas fatais e deixado a marca de 247.844 pessoas hospitalizadas. São dados gritantes oferecidos pelo Movimento Chega de Acidentes, lançado em setembro de 2009, e que demonstram a verdadeira guerra presente no trânsito, onde só há perdedores. Além desses dados, devidamente registrados, existe a chamada “cifra negra”, a resultante daqueles acidentes que nem sequer chegaram ao conhecimento das autoridades e não foram registrados.
Outro fato que não se pode deixar de considerar é que não existem ainda mecanismos eficientes para medir o trauma psicológico que um acidente de trânsito causa, não só naquelas pessoas envolvidas diretamente, mas também em familiares e amigos, pelo sentimento de perda e de impotência.
Com isso, como se não bastasse a perda do maior bem jurídico tutelado e o melhor presente recebido de Deus, que é a vida, existem ainda as perdas econômicas causadas pelos acidentes de trânsito. Ainda segundo o Movimento Chega de Acidentes, os gastos decorrentes de acidentes de trânsito estavam na exorbitante cifra de R$ 66.705.309.199,27. Isso, em virtude da falta de educação e do desrespeito às leis de trânsito.
Assim, por causa dessa selvageria no trânsito, o Brasil deixou de aplicar recursos em áreas importantes, como habitação, saúde, educação e segurança. Nesse sentido, para se ter uma noção, com o dinheiro que já foi gasto, ainda segundo o mesmo Movimento, poderiam ser construídas 1.905.918 casas populares, 1.334 hospitais de reabilitação e adquiridas 572.029 ambulâncias. Vale frisar que esses dados são atualizados 24 horas por dia e, certamente, quando você estiver lendo este artigo, os números já serão piores.
Face aos dados apresentados no Brasil e em outros países, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, no ano passado, o período de 2011 a 2020 como a Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito, tendo como objetivo a redução em até 50% no número de vítimas fatais no trânsito, uma meta que não é só das autoridades, mas de todos os atores do trânsito.
Nesse contexto, para a redução desses tristes dados, é necessária a adoção de ações já previstas no próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em três áreas importantes: Fiscalização, Engenharia e Educação para o Trânsito. Esse tripé é que dá sustentação a um trânsito mais seguro. Porquanto precisa-se de maior rigidez na fiscalização das leis de trânsito; melhor planejamento das vias de tráfego e principalmente trabalho educativo atento para o trânsito de forma transversal no ensino fundamental, médio e até superior, com estímulo nos alunos de valores como respeito, solidariedade, paciência, equilíbrio, compreensão, cooperação e responsabilidade.
Edilson Fernando Cardoso Júnior. Internet:<www.portaldotransito.com.br>. Acesso em 2/1/2012.
Assinale a alternativa em que a reescritura de fragmento do texto está correta gramaticalmente e preserva o sentido original.