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TEXTO 1

 

Genoma do ornitorrinco é mistura inusitada de réptil, ave e mamífero

 

Se você achava o ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) esquisito, é porque nunca tinha visto o genoma do bicho. Até agora, porque um consórcio internacional de pesquisadores acaba de obter a sequência completa de “letras” químicas do mais estranho dos mamíferos. Os dados estão na edição desta semana da revista científica Nature, uma das mais prestigiosas do mundo. O trabalho, coordenado por Wesley Warren, da Universidade Washington em Saint Louis (Estados Unidos), traz informações que vão ser úteis para qualquer pesquisador interessado nas origens e na evolução dos mamíferos. Eles são os últimos remanescentes no planeta de um grupo de - mamíferos que ainda botam ovos;tal como faziam seus ancestrais reptilianos. Calcula-se que a linhagem do bicho tenha se separado da dos demais mamíferos há uns 170 milhões de anos, quando o reinado dos dinossauros na Terra tinha apenas começado. Os onitorrincos, são bichos altamente especializados, cujo bico de pato, pés palmados e cauda de castor surgiram em épocas (relativamente) recentes como adaptação para a vida de caçadores de invertebrados aquáticos.

 

Como nada em águas muito barrentas na Austrália, a criatura desenvolveu uma espécie de “sexto sentido” elétrico, que lhe permite localizar suas presas em condições de visibilidade zero. O DNA da criatura é composto por cerca de 1,85 bilhão de pares de “letras” químicas, cerca de dois terços do genoma humano, embora o número de genes seja quase igual — em torno de 20 mil. O curioso é ver, nessa grande massa de moléculas, diversos exemplos de que os ornitorrincos retiveram características genéticas que sumiram nos humanos e demais mamíferos, mas existem em aves, répteis e até peixes. Como os bichos são ovíparos, os pesquisadores descobriram que estão conservados em seu genoma os códigos para a produção de proteínas nutritivas para os ovos, com similares que só são encontrados fora do grupo dos mamíferos — nas galinhas e no peixe conhecido como paulistinha, por exemplo. Os “ferrões” localizados nas esporas dos ornitorrincos produzem um veneno que, segundo os dados do genoma, utiliza a mesma “matéria-prima” dos venenos de répteis. O curioso, no entanto, é que ele usa novas versões de genes antigos para produzir a peçonha, quase como se a espécie tivesse descoberto a ideia do veneno independentemente. Embora não tenha mamilos, o bicho produz um leite cuja composição nutritiva não fica nem um pouco atrás do leite humano ou de vaca. Os genes ligados ao sistema de defesa do organismo são numerosos e potentes, provavelmente para ajudar os filhotes muito precoces da espécie a não pegarem infecções. E os genes associados ao sistema olfativo também surpreendem pela quantidade — é possível que ele consiga sentir “cheiros” debaixo d'água com eles.

 

(Extraído e adaptado de: http://g] .globo.com/noticias/ciencia/0,,mul457162-5603,00- genoma+do+ornitorrinco+e+mistura+inusitada+de+reptilrave+re +mamifero.html). Acesso em 26/01/2020.

 

Considerando a organização dos enunciados acima, assinale a alternativa em que as duas expressões linguísticas apresentadas NÃO são correferentes no - texto.



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