O filme Deuses do Egito é mais branco que o Oscar 2016. E, naquele caso, há um agravante: o filme se passa em um país do norte da África. O elenco principal parece mais apropriado para uma lenda celta do que para o Egito antigo, pois quase todos os atores são brancos. Esse branqueamento histórico foi motivo de fortes críticas nos Estados Unidos. A produtora e o diretor pediram desculpas ao público. Eles repetiram a velha tradição hollywoodiana de colocar atores brancos nos papéis principais: Charlton Heston encenou Moisés em Os Dez Mandamentos (1956) e Elizabeth Taylor foi Cleópatra (1963). Ou seja: Hollywood não mudou. E não percebeu que o mundo à sua volta, sim.
Ricardo Calil Polêmica racial encobre a ruindade do longa épico Deuses do Egito In: Folha de S. Paulo, 27/2/2016 Internet: <www1 folha uol com br> (com adaptações)