Enunciados de questões e informações de concursos
Leia o texto para responder à questão seguir.
Cota é uma palavra antipática. Pronunciá-la traz à mente discriminar, racionar, excluir. A conotação negativa só fez acentuar-se quando a universidade brasileira, inviolável trincheira da elite, começou a reservar uma parcela de suas vagas para alunos pobres e negros, duas classificações quase sinônimas no país. O primeiro portão se abriu no distante 2002, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e outras se seguiram, aqui e ali, até o governo baixar uma lei que instituiu, em 2012, o conceito de cotas em todas as universidades. Foi um salseiro. O que seria da excelência e da premiação pelo mérito, em um câmpus contaminado por estudantes menos qualificados? O que esperar dos cotistas, além de mau desempenho e abandono no meio do curso? Que justiça haveria em deixar de fora jovens bem preparados só por serem brancos e não tão pobres?
Pois, passados quinze anos do empurrão inicial e cinco da obrigatoriedade por lei, as previsões catastróficas não se confirmaram, e o balanço é mais positivo do que se imaginava – a ponto de a Universidade de São Paulo, a mais prestigiada do país, que nem federal é, ter anunciado há pouco que implantará as cotas. O vestibular deste ano da USP, cujas inscrições começam no dia 21 de agosto, já será baseado no sistema de cotas.
(L. Bustamante, M. C. Vieira, Rita Loiola. “Cotas? Melhor tê-las”. Veja, 16.08.2017. Adaptado)
As perguntas que encerram o primeiro parágrafo estariam alinhadas ao pensamento