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Os anos noventa presenciaram uma radical transformação do pensamento diplomático brasileiro aplicado às relações econômicas internacionais do Brasil. Essa mudança não produziu, todavia, um consenso linear ao longo da década. Alguns traços caracterizam o novo período em seu conjunto, mas a evolução não se fez sem repercussões sobre a sociedade e sem que suas forças acabassem por reagir. Três tempos curtos marcam o período. Durante o governo de Fernando Collor de Mello, entre 1990 e 1992, procedeu-se à demolição instantânea dos conceitos que haviam alimentado durante décadas os impulsos da diplomacia: o nacional-desenvolvimentismo e sua carga política e ideológica cederam à vontade de abrir a economia e o mercado, de forma irracional e reativa, à onda de globalização e de neoliberalismo que penetrava o país vinda de fora. Ao substituí-lo na presidência, Itamar Franco recuou momentaneamente aos parâmetros anteriores do Estado desenvolvimentista, sem, contudo, bloquear a consciência da necessidade de se prosseguir com as adaptações aos novos tempos. A ascensão à Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, levou à reposição das disposições ideológicas e políticas do governo de Fernando Collor, vale dizer, ao desprezo pelo projeto nacional de desenvolvimento e à resignação diante da nova divisão do trabalho inerente à forma globalizante do capitalismo, mas seu estilo de diplomacia democrática deu alento a pressões que vinham de segmentos sociais e que acabaram por condicionar o pensamento e o processo decisório.
Amado Luiz Cervo. Internet: <www.martin-keil.net> (com adaptações).
Com referência às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue o item seguinte.
Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor se coloca de forma explícita por meio de pronomes.