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Texto 1A16AAA
Para muitos, o surgimento da civilização decorreu da renúncia social ao uso da força física como forma de reparar injustiças. Fazer justiça com as próprias mãos passou a ser considerado, assim, um ato de barbaridade.
O sentimento de justiça, muito arraigado no ser humano, aparece em diversas espécies animais, tendo origens antigas na escala evolutiva: de ratos a gorilas, punir infrações parece ser útil há muitas eras. Deslealdade e desobediência, por exemplo, despertam no ser humano o senso de certo e errado e despertam automaticamente desejos de vingança ou de reparação. Para conviver em sociedade, é necessário, entretanto, conter tais impulsos, franqueando-se ao Estado a efetivação da justiça.
Quando as pessoas reservam-se o direito de usar a força física, sob a argumentação de que estão fazendo justiça, transmitem a mensagem de que não creem mais no pacto social. Alegando a falta de ação efetiva do Estado, elas afirmam que seu senso de justiça não está satisfeito e, por isso, resolvem agir por si mesmas. Produz-se, assim, um círculo vicioso no qual as pessoas sentem-se injustiçadas, não creem na ação do Estado e, por isso, rompem o pacto social, o que gera mais injustiça.
Daniel Martins de Barros. Justiça com as
próprias mãos. Internet: <www.emais.estadao.com.br> (com adaptações).
De acordo com o último parágrafo do texto 1A16AAA,