O longa-metragem Limite (1931) de Mário Peixoto destaca-se por suas experimentações estéticas e por optar em ser silencioso, em um contexto de ascensão do cinema falado. A primeira sequência apresenta um barco à deriva, no qual os personagens estão entregues ao destino. Em seguida, um bando de urubus dá lugar à imagem de uma mulher cabisbaixa, tendo à sua frente mãos masculinas algemadas.
No roteiro, o cineasta detalha a cena:
[1]. close-up – terra
[2]. fusão – rosto de mulher – braços de homem algemados na frente – expressão de olhar
[3]. fusão – sai rosto fica algema
[4]. fusão – sai algema voltam só os olhos insiste nos olhos
[5]. fusão – sai olhos aos poucos e nota-se coisa brilhante movendo-se – mais nítido – movimento da água do mar – vagas pequenas – movimento – movimento – olhos somem por completo mar é nítido – tempo
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