“Com a vitória do plebiscito, Goulart recebeu os plenos poderes da Presidência da República, acirrando os ânimos de seus inimigos políticos. Na verdade, desde que tomou posse, Jango foi vítima de intensa campanha de desestabilização por meio da ampla propaganda política financiada com recursos de empresários e do governo norte-americano. Em 1962, por exemplo, houve eleições no país e os candidatos que faziam oposição a Goulart tiveram suas campanhas financiadas pelo governo dos EUA. Segundo confessaria anos depois, o embaixador dos Estados Unidos, Lincoln Gordon, o montante chegou a US$ 5 milhões. [...] Segundo um relatório norte-americano de 1964, foram gastos, apenas neste ano, US$ 2 milhões com propaganda em rádio, jornais e unidades móveis de exibição de filmes.” (FICO, C. História do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Contexto, 2019, p. 45).