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Uma era de extrema desigualdade. Assim pode ser definido o século XX para o Brasil, como mostra a compilação de cem anos de estatísticas lançada pelo IBGE. O que os números não respondem é: por quê? Não há respostas simples nem fáceis.

 

“As razões históricas são clássicas: quatro séculos de escravidão, uma estrutura agrária oligopolizada, uma economia voltada para o mercado externo. Mas a escravidão, por exemplo, já se foi há mais de cem anos e a desigualdade não mudou. Então entram também as razões de ordem política e social”, sintetiza José Murilo de Carvalho, doutor em ciência política e professor de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

Para Roberto Mangabeira Unger, perto de completar trinta anos como professor de direito da Universidade Harvard, o Brasil foi organizado desde o início para ser desigual. A interrupção da desigualdade exige mais audácia dos brasileiros — e sobretudo da classe média brasileira — do que quiseram ou puderam demonstrar.

 

“A classe endinheirada nunca teve por que mudar isso.

 

A classe pobre nunca teve como mudar isso. E a classe média — que em tese teve por que e teve como — raramente teve estômago”, analisa.

 

Folha de S. Paulo, 5/10/2003, p. A12 (com adaptações).

 

Tendo o texto acima por referência inicial e considerando o processo histórico brasileiro, julgue o item que se seguem.

 

Um dos mais visíveis retratos das desigualdades sociais no país refere-se à situação vivida pelos brasileiros descendentes de africanos, que se reflete, entre outros aspectos, na maior dificuldade de acesso à escola e de continuidade nos estudos.



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