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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense
Questão 1 de 1
Assunto: Vocábulo "Que"

Psicanálise é linguagem

 

A linguagem está tão presente em cada um de nós que, muitas vezes, a consideramos um instrumento. Quem a usa com maestria é admirado. São autores que, com a linguagem, emocionam em obras da  literatura,  teatro, poesia e  cinema. Mas, quando há uma dúvida, e uma palavra é incompreendida, a leitura se interrompe para a busca de um significado.

 

O  ser  humano,  habituado  com  a  linguagem,  seja  qualquer  uma  das  tantas  línguas, procura verdades expressas nas declarações que faz sobre si mesmo e o mundo.

 

A  palavra  também  serve  como  bálsamo para a  dor,  seja  no  riso quando  se  diz algo espirituoso, seja no acolhimento ao ouvir sobre o sofrimento do outro.

 

A  palavra  abriga  a  diversidade  linguística.  A  imagem  bíblica  da  Torre  de  Babel,  um prenúncio  das muitas  línguas  que  seriam  criadas  no mundo  hoje globalizado,  só  errou  num ponto. De algum modo, os homens se fazem entender, não importa onde nasceram ou vivem.

 

Os seres humanos estão habituados a cantarolar, pedir socorro, demandar, ordenar e espantar-se quando falas inusitadas lhes escapam. Fantasias, enganos, mentiras e verdades. Há  um  momento  em  que  o  ser  acredita  ser  verdade  o  que  diz,  e  se  julga  senhor  do instrumento, como um pincel, um lápis, um formão, uma arma, um espelho.

 

Verdades construídas

 

Imersos na linguagem, não percebemos que ela constitui o universo ao nosso redor, a comunicação, o onírico e o real, que nomeia o que nos rodeia. É senhora de tudo: ordena o pensamento, o devaneio, o projeto e a imaginação.

 

O  nome,  próprio,  é  um  pedacinho  de  linguagem,  na  cadeia  da  linguagem. Acreditar que simplesmente somos os senhores da linguagem é uma ilusão que o ser humano nutre. Eu domino a linguagem e vou até fazer um curso de oratória para fascinar o mundo. Eu percebo que  falo  a  alguém  apenas  o  que  pretendo. Eu  percebo  que  a  camuflagem  e  o  engodo  são atributos que manejo. Eu, assim, imagino que nada escapa se eu não quiser.

 

Sigmund Freud é o médico que, ainda no final do século 19, ousou tratar, por meio da linguagem, o sofrimento histérico,  fóbico, obsessivo, depressivo. Ousadia vitoriosa. Aplicar a linguagem por meio da psicanálise é uma faceta de sua obra que seria resgatada por, dentre outros, Jacques Lacan.

 

Cruzamos o século 20 e entramos no século 21 ouvindo o anúncio da morte anunciada da  psicanálise.  E,  mesmo  assim,  essa  forma  de  psicoterapia  permanece  no  campo  das terapêuticas.  Certamente,  essa  permanência  é  devida,  entre  outras  referências,  à maneira como  os  psicanalistas  demonstram  que  a  linguagem,  não  obstante  os  labirintos  que  se constroem com ela, transporta pelo menos um pedacinho de verdade.

 

Não a verdade da religião, não a verdade referencial, mas o pedacinho da verdade que cada um carrega no coração do seu ser.

 

 
(MAZZEI, D.  Psicanálise  é  linguagem.  Língua  Portuguesa,  São  Paulo,  ano  2,  edição  5,  p.  8, maio 2007. Especial Psicanálise & Linguagem.)

 

Analise as ocorrências da palavra que nos períodos abaixo.


I.  A  linguagem  está  tão  presente  em  cada  um  de  nós  que,  muitas  vezes,  a  consideramos  um instrumento.


II.  O  ser  humano,  habituado  com  a  linguagem,  seja  qualquer  uma  das  tantas  línguas,  procura verdades expressas nas declarações que faz sobre si mesmo e o mundo.


III.  Acreditar  que  simplesmente  somos  os  senhores  da  linguagem  é uma  ilusão  que o  ser  humano nutre.


IV.  Sigmund Freud é o médico que, ainda no final do século 19, ousou tratar, por meio da linguagem, o sofrimento histérico, fóbico, obsessivo, depressivo.


Assinale a alternativa CORRETA.



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