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Texto
No meio científico, é insuficiente — aliás, é perigoso — produzir apenas um grupo de profissionais pequeno, altamente competente e bem remunerado. Um esforço combinado que vise transmitir a todos os cidadãos a ciência — por meio de rádio, TV, cinema, jornais, livros, programas de computadores, parques temáticos, salas de aula — deve pautar-se em quatro razões principais.
Mesmo que nem sempre possibilite ao cientista um bom emprego, a ciência pode ser o caminho propício para vencer a pobreza nas nações emergentes. Ela faz funcionar a economia e a civilização global.
A ciência nos alerta contra os perigos introduzidos por tecnologias que alteram o mundo, especialmente o meio ambiente de que nossas vidas dependem. Assim, a ciência providencia um sistema essencial de alerta antecipado.
A ciência nos esclarece sobre as questões mais profundas das origens, das naturezas e dos destinos — de nossa espécie, da vida, de nosso planeta, do Universo. A longo prazo, a maior dádiva da ciência talvez seja nos ensinar, de um modo ainda não superado por nenhum outro empenho humano, alguma coisa sobre nosso contexto cósmico, sobre o ponto do espaço e do tempo em que estamos, e sobre quem nós somos.
Os valores da ciência e os da democracia são concordantes, em muitos casos indistinguíveis. A ciência e a democracia começaram ao mesmo tempo e no mesmo lugar: na Grécia dos séculos VI e VII a.C. A ciência confere poder a qualquer um que se der ao trabalho de aprendê-la (embora muitos tenham sido sistematicamente impedidos de adquirir esse conhecimento). Ela se nutre do livre intercâmbio de ideias. Tanto a ciência quanto a democracia encorajam opiniões não convencionais e debate vigoroso. Ambas requerem raciocínio adequado, argumentos coerentes, padrões rigorosos de evidência e honestidade.
Descobrir a gota ocasional da verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não poderemos ter esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios que enfrentamos.
Carl Sagan. Ciência e esperança. In: O mundo assombrado pelos demônios: a ciência
vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 58-9 (com adaptações).
De acordo com as ideias do texto, o conhecimento acerca do contexto cósmico e do ponto do espaço e do tempo em que o ser humano está pode ser alcançado pela divulgação em grande escala da
I ciência.
II tecnologia.
III democracia.
Assinale a opção correta.