Enunciados de questões e informações de concursos
No mundo grego, que inventou a democracia exclusiva para os grandes proprietários de terras, o ser cidadão definia-se pela liberdade do indivíduo e pela igualdade entre os pares. O aumento da produção e da circulação de riquezas propiciou o surgimento da democracia, da cidadania e da filosofia, porém é preciso atentar para as bases em que se assentavam essas formas de exercer o poder, de participar da liberdade e de produzir o conhecimento. Gregos que enriqueceram como comerciantes e armadores não eram iguais àqueles que possuíam a propriedade da terra e do conhecimento, de modo que não reuniam os critérios para uma igual participação na formulação das leis. De modo geral, considerava-se que o exercício do trabalho, aí incluídas as práticas médicas, a produção técnica e artesanal e o comércio dos bens produzidos, confiscava o tempo para o ócio, fertilizador do conhecimento político e filosófico. Ser livre, portanto, era não exercer um trabalho, uma profissão, um comércio, uma tarefa material que correspondesse à satisfação das necessidades próprias da vida. O trabalho, para os gregos, era incompatível com o exercício do livre pensar, com a produção de conhecimentos e com a participação política.
Marlene Ribeiro. Educação para a cidadania: questões colocadas pelos
movimentos sociais. In: Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n.º 2, p.
113-28, jul.-dez./2002. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto caso a expressão “de modo que” fosse substituída por