#305577 Instituto Verbena - 2014 - Professor (Pref CN)/História

Leia o texto a seguir.

Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de investimentos tão imperiosos e urgentes, em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes muito aprestados, que lhe impõe limitações, proibições e obrigações. Muitas coisas, entretanto, são novas nessa técnica.

FOUCALT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987. p. 118.

Ao investigar o processo de disciplinarização dos operários a partir do contexto da Revolução Industrial, Michel Foucault diferencia tal técnica de controle de outras, como escravidão e servidão. A especificidade da disciplina como técnica de controle consiste

na regulação detalhada do tempo, do espaço e dos movimentos do trabalhador, a partir de uma relação de fiscalização contínua sobre os processos de produtividade.
numa relação constante de dominação, sem manifestar propósito claro nem racional, na qual o trabalhador é submetido à vontade singular do patrão.
na apropriação do corpo do trabalhador, mediante agressões e repreensões violentas para obter a obediência e utilidade da força de trabalho.
numa relação de submissão altamente codificada, mas longínqua e que se realiza sobre os produtos do trabalho ao invés das operações de produção.