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Texto para responder a questão.

 

Nem novo, nem normal

 

Considerado em 2019 o segundo país mais feliz de todos (o primeiro lugar ficou com a Finlândia), a Dinamarca ocupou esse posto em 2013 e 2016, liderando o Índice Mundial de Felicidade, segundo a Organização das Nações Unidas. O site Family Life Goals comenta que nesse país, os serviços de saúde e de educação são gratuitos. Sua geografia permite que, de qualquer ponto da Dinamarca, as pessoas estejam a uma distância máxima de 52 km do mar. Que privilégio! Além disso, são valores fundamentais para os dinamarqueses, a empatia e a afeição, o que torna o país próspero e seus habitantes compassivos. A empatia faz parte do currículo padrão, ensinando às crianças dinamarquesas o significado de entender e compartilhar seus sentimentos, bem como capacitando-as a identificar e trabalhar estados emocionais.

 

A empatia pressupõe capacidade de perceber, sem julgar (componente cognitivo); capacidade de reagir em sintonia com a emoção do outro (componente afetivo) e expressão verbal, postura e atitude que validam o sentimento do outro (componente comportamental).

 

Creio que você concorda comigo, no que tange à sensação de que está faltando empatia em boa parte do planeta e que essa falta se exacerbou com o advento da pandemia, orquestrada pelo confinamento e pela insegurança diante do futuro próximo e do longínquo. Mais que mera impressão, a certeza de que insensatez é a regra complica sobremaneira um tempo já difícil de encarar.

 

Todos os dias somos alvo ou temos conhecimento de atrocidades cometidas contra pessoas, independentemente de sua cor, sexo, gênero, idade, estado civil, crença ou condição socioeconômica. Indiferença, pouco caso, fake news, assédios, fraudes, abusos, assaltos, estupros, assassinatos… se repetem à exaustão, aqui e ali, apavorando-nos, ao mesmo tempo em que vamos nos habituando com fatos cada vez mais hediondos, cada vez mais comuns ou mais divulgados. Sem ocitocina nas veias, o ser humano se revela (ou se supera) na sua perplexidade ou na sua omissão, diante da violência de toda natureza, inclusive sexual.

 

Para não sucumbir a tanta decepção e tanta tristeza, me dirijo a um hospital, a uma unidade de terapia intensiva, e observo: quanta dor, quanto sofrimento! A vida por um fio… Ao mesmo tempo, no mesmo espaço, uma contundente demonstração de empatia me devolve a crença nas pessoas e no futuro: homens e mulheres de branco, trabalhando em sobre-humano empenho para salvar seus pacientes. Homens e mulheres de branco do Brasil.

 

Saio, bastante aliviada, e me sento no banco de uma praça, onde crianças brincam com outras crianças, e também com seus pais. Quanta ocitocina, empatia, felicidade! Crianças e pais brasileiros.

 

Volto feliz para casa, recuperada do meu pessimismo, e com muita vontade de abraçar, cantar, dançar, fazer algo de bom para alguém, ou melhor, para todos. Volto, como que vacinada desse novo normal.

 

(Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/nem-novo-nem-normal. Com adaptações.)

 

Pode-se afirmar que, no primeiro parágrafo do texto, a autora apresenta informações provenientes de fontes por ela citadas com a finalidade de:



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