Enunciados de questões e informações de concursos
Arbitrária fortuna! Desprezível
Mais que essas almas vis, que a ti se humilham,
Prosterne-se a teus pés o Brasil todo;
Eu, nem curvo o joelho. […]
Não – reduzir-me a pó, roubar-me tudo,
Porém nunca aviltar-me pode o fado;
Quem a morte não teme, nada teme
Eu nisto só confio. [...]
Cingida a fronte de sangrentos loiros
Horror jamais inspirará meu nome;
Nunca a viúva há de pedir-me o esposo,
Nem seu pai a criança.
Nunca aspirei a flagelar humanos.
Meu nome acabe, para sempre acabe,
Se para libertar do eterno olvido
Forem precisos crimes. […]
Exulta, velha Europa: o novo Império,
Obra-prima do Céu! Por fado ímpio
Não será mais o teu rival ativo
Em comércio e marinha.
Aquele, que gigante inda no berço
Se mostrava às nações, no berço mesmo
É já cadáver de cruéis harpias,
De malfazejas fúrias.
BONIFÁCIO, José. Poesias. Rio de Janeiro: Academia Brasileira, 1942 (coleção Afrânio Peixoto), p. 157-158, com adaptações.
Com relação aos aspectos linguísticos e estilísticos do texto, julgue o item a seguir.
Nas duas últimas estrofes, o autor expressa sua visão de que o Brasil poderia ter sido rival econômico do Velho Continente, mas se tornou presa de aves de rapina.