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Leia o texto para responder à questão.

 

É a partir do ponto de vista de que os jovens são socialmente sensíveis e de que não conseguimos produzir nada mais do que frustração e outras formas de sofrimento psíquico ao impormos na marra uma agenda de métodos e conhecimentos que não os motivem, que concordo com a noção de que é importante dar mais foco pedagógico ao aluno. Uma situação emblemática, que vale tanto para os alunos do ensino médio quanto para os dos cursos universitários menos elaborados, é a leitura prolongada de textos em sala de aula. Difícil encontrar o aluno que não perceba que poderia perfeitamente ter essa aula deitado. É claro que o mesmo não se aplica ao fundamental, período em que o aluno ainda precisa de supervisão para ler, bem como do debate de texto, que é coisa bem distinta.

 

Preservados os limites da ressalva, nota-se que um sem fim de atividades desenvolvidas na sala de aula tradicional pouco se beneficia do ambiente social instaurado, o que afeta o engajamento. Acredito que a educação sairia fortalecidase a duração do período escolar fosse ampliada em 60 ou 90 minutos, definidos por livre escolha do aluno, do instante em que sai da escola ao instante em que retorna. A ideia é que tais minutos fossem usados para que assistisse a apresentações resumidas dos conceitos tratados nas aulas subsequentes e fizesse alguns exercícios automatizados de retenção, numa plataforma dedicada, de modo que a experiência em sala de aula estivesse mais centrada no desenvolvimento de raciocínios e em suas aplicações.

 

Trata-se de princípio oposto àquele que a lição de casa agrega ao ensino tradicional, resultando em um modelo que preconiza que o aluno seja academicamente mais ativo em casa do que na escola – ou, para ser mais preciso, que priorize processos de fora para dentro (bottom-up) na escola, e processos de dentro para fora (top-down) em casa. Em contraste, é pela execução destes últimos que o cérebro se desenvolve mais e não é por acaso que apoio e coparticipação nas situações de solução de problema geram engajamento espontâneo, como se nota quando os jovens querem passar por uma fase difícil em um jogo online e prontamente se conectam a quem lhes possa dar uma força, com a máxima atenção.

 

Como se pode notar, talvez não exista um problema intrínseco de engajamento com os jovens de hoje ou de sempre; talvez a questão seja que este ocorre mais fortemente na solução de problemas do que na fase de introdução a eles.

 

(Álvaro Machado Dias, “O futuro da educação I:

o problema do engajamento”. https://visoesdofuturo.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

 

O autor do texto defende que



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