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Texto para a questão
Poucas vezes,a incapacidade dos governos em conter o curso da história foi demonstrada de forma mais decisiva que na geração pós-1815. Evitar uma segunda Revolução Francesa, ou ainda a catástrofe pior de uma revolução européia generalizada tendo como modelo a francesa, foi o objetivo supremo de todas as potências que tinham gasto mais de vinte anos para derrotar a primeira.
Houve três ondas revolucionárias principais no mundo ocidental entre 1815 e 1848. A primeira ocorreu em 1820-4. Na Europa, ela ficou imitada principalmente ao Mediterrâneo, com a Espanha, Nápoles e a Grécia como seus epicentros. A Revolução Espanhola reavivou o movimento de libertação na América Latina.
A segunda onda revolucionária ocorreu em 1829-34 e afetou toda a Europa a oeste da Rússia e o continente norteamericano, pois a grande época de reformas do presidente Jackson deve ser entendida como parte dela. Ela marca a derrota definitiva dos aristocratas pelo poder burguês na Europa Ocidental. A classe governante dos próximos cinqüenta anos seria a grande burguesia de banqueiros, grandes industriais e, às vezes, altos funcionários civis. Ela determina, também, uma inovação ainda mais radical na política: o aparecimento da classe operária como uma força política autoconsciente e independente na Grã- Bretanha e na França e dos movimentos nacionalistas em grande número de países na Europa.
A terceira e maior das ondas revolucionárias foi a de 1848. Nunca houve nada tão próximo da revolução mundial com que sonhavam os insurretos que essa conflagração espontânea e geral. O que, em 1789, fora o levante de uma só nação era, agora, assim parecia, a primavera dos povos de todo um continente.
Eric J. Hobsbawm. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 127-30 (com adaptações).
Tendo o texto como referência inicial e considerando o quadro histórico do século XIX no Ocidente, julgue (C ou E) o item seguinte.
O processo de expansão do capitalismo, a partir de meados do século XIX, fez-se à margem dos Estados nacionais, conduzido que foi pela iniciativa privada. Isso explica a reduzida intensidade das crises que envolveram os países europeus ao longo da corrida imperialista, quadro que tendeu a modificar-se apenas a partir dos anos 1930, devido ao impacto da grande depressão econômica.