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TEXTO 2
Absorver mudança ortográfica não será difícil, diz linguista
Luisa Alcântara e Silva
De acordo com o Ministério da Educação, só 0,5% do vocabulário brasileiro será alterado com o novo Acordo. Em Portugal e nos países que adotam a sua grafia - Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe -, a reforma será maior: abrange 1,5% das palavras usadas. Por isso, quando começar a valer, o Acordo - que ainda não foi regulamentado em Portugal - terá um período de cinco anos de transição.
Para Carlos Alberto Faraco, doutor em linguística e professor da Universidade Federal do Paraná, os brasileiros não terão tanta dificuldade para absorver as novas regras. "Se você observar o comportamento das pessoas hoje, você vai ver que elas nem usam mais boa parte dessas coisas que vão desaparecer", afirma.
Norberto Lourenço Nogueira Junior, professor de português do ensino médio, complementa, comparando a reforma atual com a última, da década de 70: "A adaptação vai ser mais fácil. Na de 1971, houve muito mais mudanças". Ele acredita que a mudança na forma como o hífen é utilizado gerará muitas dúvidas. "O jeito é comprar um dicionário novo e conferir sempre como a palavra ficou."
De acordo com Faraco, unificando a ortografia, os brasileiros terão uma preocupação a menos. "Se você for à esquina agora e comprar um romance do Saramago, você vai ver que ele está escrito na grafia lusitana. Nós aceitamos isso. Quando um brasileiro vai fazer pós-graduação em Portugal, ele tem que produzir a sua tese de acordo com a ortografia lusitana. Os portugueses são inflexíveis", afirma.
Sobre as críticas de que o Acordo não unifica a língua portuguesa, pois existem palavras com significados diferentes nos países lusófonos - "putos" em Portugal, por exemplo, significa rapazes -, José Carlos de Azeredo, doutor em letras e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, afirma que isso não é argumento. "O Acordo diz respeito à ortografia, não ao vocabulário de cada país", diz ele. Para Azeredo, "é impossível unificar o vocabulário".
(Texto publicado na Folha de São Paulo em 01 de janeiro
de 2009. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u485116.shtml> Acesso em: 30 dez. 2011)
Em relação à distribuição das ideias no texto 2, leia as assertivas abaixo.
I. O primeiro parágrafo apresenta o tema central do texto, o qual pode ser sintetizado na seguinte fórmula: a adaptação dos falantes à nova ortografia.
II. O segundo parágrafo revela a tese defendida explicitamente pela autora de que a nova ortografia não traz grandes dificuldades para os falantes.
III. O terceiro parágrafo ratifica o ponto de vista apresentado no segundo parágrafo, estabelecendo uma analogia com a reforma ortográfica de 1971.
IV. O quarto parágrafo explica que o novo acordo ortográfico terá maior impacto no cotidiano dos brasileiros que no dos portugueses.
V. O quinto parágrafo corrobora com o argumento de que o acordo ortográfico é uma unificação da escrita, e não uma uniformização da língua.
Estão corretas, apenas: