Enunciados de questões e informações de concursos
Criatividade e capacidade de decisão
Determinadas pessoas são capazes de colocar tanta energia naquilo que nos parece pouco importante, até mesmo insignificante. Observe, por exemplo, como uma criança pode passar horas numa praia sem o menor sinal de cansaço procurando conchinhas ou fazendo castelos de areia. Note como um atleta treinará todos os dias, com determinação, para bater um recorde ou vencer uma competição. Muitos empresários, depois de ganharem muito dinheiro, sem, por vezes, jamais poder gastá-lo, continuam querendo mais poder, mais dinheiro e mais sucesso.
Por trás dessa enorme energia, existem emoções que nos estimulam, que se tornam uma necessidade interior. Estão ligadas à satisfação de nossas necessidades básicas e são fundamentais para gerar o impulso que nos faz levantar todas as manhãs. Outras emoções respondem por atitudes deliberadas que adotamos em nossas vidas.
Certas drogas, como os neurolépticos, atenuam as emoções. Pessoas sob o efeito de doses elevadas deste medicamento procedem como verdadeiros zumbis. Parecem realizar suas rotinas de forma mecânica, sem nenhum entusiasmo nem vontade.
Tudo que fazemos envolve emoções. Um de nossos grandes desafios na vida é saber utilizá-las como estímulo à ação, em vez de nos inibir ou de nos bloquear. Ocorre que esta dualidade é uma das principais características das emoções, cujos efeitos sobre nosso comportamento são muitas vezes imprevisíveis. Um exemplo é o medo, que tanto pode ter efeito paralisante, como nos impelir para a ação e a superação de algum problema.
Como temos idéias? Em primeiro lugar devemos sentir a necessidade delas. É preciso que algo nos provoque de tal forma que mobilize o nosso cérebro no mesmo sentido. Elaboramos nossos pensamentos, sem hora e local determinado — às vezes, a solução para um problema pode surgir até durante o banho. A emoção pode emergir sob a forma de tensão, preocupação ou inquietude, colocando nosso cérebro em um estado de excitação. Ou se manifesta através do prazer da descoberta, da emulação criativa, processo que, normalmente, resulta no aparecimento das soluções mais inventivas para os problemas.
No plano profissional é comum a empresa estimular o florescimento de idéias através de um brainstorming entre seus colaboradores. Neste caso, cria-se um clima lúdico, no qual os participantes são instados a fazer associações de palavras e de idéias, e é natural contestarem-se uns aos outros. Não importa que em meio ao turbilhão de idéias surjam algumas aparentemente absurdas ou incoerentes: é desse livre-pensar que emerge o novo. No fundo, a origem de tudo é a emoção.
O mesmo vale para a tomada de decisão. Os que decidem baseiam-se em instrumental racional, como a capacidade analítica, de síntese, o rigor na coleta de informação. No entanto, quando ele está pensando, no momento preciso da decisão, o que acontece?
Do ponto de vista das escolhas que somos obrigados a fazer na vida podemos afirmar que há uma emoção intrínseca no ato de decidir entre uma coisa e outra. Decidir, de certa forma, é uma opção de risco (o de se enganar) e de renúncia (ao que não foi escolhido). O investidor assume riscos ou então renuncia à possibilidade de ganhos maiores. Logo, se quem decide é alguém que não gosta de riscos, optará por um tipo de investimento mais conservador. Se, ao contrário, excita-se com o risco, escolherá a alternativa que implica mais insegurança. Nos dois casos, os supostos aplicadores estarão convencidos de que suas decisões estão amparadas em argumentos racionais. Na verdade, não estão. Estudos sobre decisões econômicas mostraram que a carga emocional ligada ao risco é predominante em relação aos aspectos racionais. Eis aí uma das numerosas armadilhas provocadas por nossas emoções. Muitas vezes, elas nos fazem agir contra nós mesmos.
As decisões nem sempre geram altos riscos.
URURAHY, Gilberto; ALBERT, Eric. O cérebro emocional: as emoções e o estresse do cotidiano. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
De acordo com o Texto, no plano profissional, o novo surge do(a)