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"Sem cultura você tem a fronteira, o país, mas não tem uma nação."
Fernanda Montenegro é lacônica sobre o ofício que escolheu: "uma profissão arretada". O teatro, que no Brasil (A) vive em permanente estado de emergência, só admite aqueles que, como ela, são devotos do palco, sem moderação ou desconfiança. "desista. Se morrer, volta. Se não morrer, não volta", disse a uma amiga relembrando o conselho que havia dado a jovens atores minutos antes da entrevista ao Le Monde Diplomatique Brasil começar.
Completando 89 anos neste mês (16/10), Fernanda Montenegro viveu os últimos oito anos em um diálogo entre passado e presente, buscando em fotos e cartas resquícios do que foram (B) os 75 anos de vida pública dedicada às artes, especialmente ao teatro, ao cinema e à televisão. São registros físicos que se complementam nas lembranças de uma memória intacta, capaz de recordar fatos e afetos: "Eu sou a minha memória", confessaria no decorrer da conversa.
Fernanda é a sua memória, mas é também um punhado de gente que escreveu com ela capítulos fundamentais da nossa cultura. "A arte é um congraçamento. No caso do teatro, você tem de estar diante do outro. É uma comunhão na zona da pele", reflexiona. Alguns desses fragmentos estão catalogados no livro Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico, lançado este ano pela editora Sesc.
Na obra, a atriz expõe o que fez, mas também aquilo que não quis fazer, como aceitar uma das ofertas que recebeu (C) para exercer um cargo público. A explicação é modesta e tem a ver com os termos que iniciam este texto: é no teatro - na arte - que ela diz (D) o que precisa (E). Isso não a impede, no entanto, de criticar o pouco apreço de nossos governantes pela cultura. "Sem cultura você tem a fronteira, o país, mas não tem uma nação. A grossura de Brasília é como uma muralha difícil de ser sensibilizada", pondera. (...)
(Guilherme Henrique. Le Monde Diplomatique, Edição 135, outubro de 2018 . Disponível em: https://diplomatique.org.br/fernanda-montenegro/)
Assinale a alternativa em que o QUE apresente classificação morfológica distinta da de que escolheu