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TEXTO
A quem a tecnologia beneficia?
Bunge responde de maneira direta: a quem pode pagar e adaptar-se a ela. Esta resposta está sustentada no modo capitalista de organização. A corrida por inovações técnicas(a) e pelo aprimoramento de tecnologias é própria do período industrial, como(d) também o capitalismo. A máquina social move suas engrenagens para dar conta de sua estrutura. Neste contexto, a tecnologia digital é uma peça entrelaçada importante de sustentação do sistema. Ao mesmo tempo, as inovações técnicas, para Bunge, podem ser sinal de avanço e também podem conduzir ao aumento das desigualdades. A sociedade industrial é aberta à inovação tecnológica; semiaberta às transformações culturais, porém, fechada à inovação social progressiva. A chamada de atenção de Bunge é importante para olhar com cautela aos discursos de inclusão digital. A tecnologia está aí, é vivencial, mas não é um fator de igualdade e atende a interesses. O que poderia ainda fortificar estes argumentos poderá ser uma análise, mesmo que superficial, da telefonia celular brasileira. Se na segunda metade dos anos de 1990 a aquisição de um aparelho celular(b) significava estar numa lista de espera e comprar ações, as privatizações das teles fizeram que qualquer pessoa pudesse comprar um aparelho celular em menos de dez minutos. Mesmo com o acesso popularizado encontramos outro problema, o Brasil está entre os países com maior cobrança pelos serviços e aparelhos mais caros, então, há acesso(c), mas ele não é igualitário e includente, ele atende a um mecanismo maquínico que vai além da discussão da tecnologia em si.
FILOSOFIA, ciência & vida, nº 116, p.56, abril/2016
Do ponto de vista semântico-sintático, é verdadeiro o que se afirma em: