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Texto CB1A1BBB
A distância social mais espantosa do Brasil é a que separa e opõe os pobres e os ricos. A ela se soma a discriminação que pesa sobre negros, mulatos e índios, sobretudo os primeiros. Entretanto, a rebeldia negra é muito menor e menos agressiva do que deveria ser. Não foi assim no passado. As lutas mais longas e mais cruentas que se travaram no Brasil foram a resistência indígena secular e a luta dos negros contra a escravidão, que durou os séculos do escravismo. Tendo início quando começou o tráfico, só se encerrou com a abolição. Sua forma era principalmente a da fuga, para a resistência e para a reconstituição da vida em liberdade nas comunidades solidárias dos quilombos, que se multiplicaram aos milhares. Eram formações protobrasileiras, porque o quilombola era um negro já aculturado, que sabia sobreviver na natureza brasileira, e, também, porque lhe seria impossível reconstituir as formas de vida da África. Seu drama era a situação paradoxal de quem pode ganhar mil batalhas sem nunca vencer a guerra. Isso foi o que sucedeu com todos os quilombos, inclusive com o principal deles, Palmares, que resistiu por mais de um século, mas afinal caiu, arrasado, e seu povo foi vendido, aos lotes, para o sul e para o Caribe.
Darcy Ribeiro. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2.ª ed. Companhia das Letras: São Paulo: 1995, p. 219-20 (com adaptações).
De acordo com o texto CB1A1BBB, os quilombolas