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SONETO II

 

O tempo acaba o ano, o mês e a hora,

A força, a arte, a manha, a fortaleza;

O tempo acaba a fama e a riqueza,

O tempo o mesmo tempo de si chora.

 

O tempo busca e acaba o onde mora

Qualquer ingratidão, qualquer dureza,

Mas não pode acabar minha tristeza,

Enquanto não quiserdes vós, Senhora.

 

O tempo o claro dia torna escuro,

E o mais ledo1 prazer em choro triste;

O tempo a tempestade em grã2 bonança.

 

Mas de abrandar o tempo estou seguro

O peito de diamante, onde consiste

A pena e o prazer desta esperança.

   

1 ledo − alegre

2 grã − grande

 

No soneto II, o poeta descreve o impacto da ação do tempo, destacando sua capacidade de transformar algo em seu oposto. Essa capacidade está exemplificada no seguinte verso:



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